Reforma administrativa, trabalho remoto, eleições municipais: o que foi debatido na Assembleia desta quinta

Ações de conscientização sobre reforma administrativa e resultados da pesquisa sobre trabalho remoto foram discutidos em encontro virtual, que também definiu construção de documento em defesa do serviço público como intervenção durante eleições

Já se vão mais de seis meses desde que se iniciou no país um período de quarentena por conta da ameaça da covid-19. Neste período, o esgotamento da rotina de trabalho remoto e encontros virtuais, aliado a necessidade prática do distanciamento social, serviu para aprofundar o diagnóstico de apassivamento da luta dos trabalhadores, já abalada pelas medidas de um governo federal comprometido com os mercados, especuladores e patrões.

Mas se a realidade concreta pode ser lida assim, é preciso força de organização e mobilização a partir de espaços como o Sindicato, movimentos sociais e comunitários para que essa correlação se altere a favor das trabalhadoras e trabalhadores.

Complementando-se entre si, as análises dos servidores docentes e técnico-administrativos em educação presentes na última assembleia do SINASEFE Litoral, realizada nesta quinta, 1º de outubro, giraram em torno das ideias resumidas acima.

Conjuntura desafiadora

O ataque representado pela chamada “reforma administrativa” do governo Bolsonaro é caso concreto que reafirma essa situação. Lançada em meio a esse turbilhão pandêmico, engana parte dos servidores ao se afirmar como uma reforma que não atingiria os trabalhadores que já fazem parte do Regime Jurídico Único. Engano proposital, que desmobiliza parte da categoria vendendo a narrativa do “fim dos privilégios”, algo que está longe de ser a realidade da reforma em curso no Congresso.

A realidade do trabalho remoto dentro do IFC complementa o diagnóstico de apassivamento diante de uma realidade que adoece física e psicologicamente uma parte relevante dos trabalhadores. A pesquisa realizada pelo Sindicato com os servidores do Instituto busca condensar em dados este momento delicado de pandemia e teve alguns de seus resultados apresentados na Assembleia.

Ações planejadas

Diante deste quadro, os trabalhadores em Assembleia buscaram respostas qualificadas para reverter esta situação. Nas próximas semanas, o terceiro volume do Potemkin, periódico científico da Seção, trará uma análise a partir dos dados da pesquisa feita no IFC. Um relatório também será publicado em nosso site, com os números e gráficos que dão um panorama dos dados elencados pela pesquisa.

Uma campanha de mídia, transmissões ao vivo e repercussão de materiais de qualidade desenvolvidos por outros sindicatos e organizações tratando dos riscos que a reforma administrativa representa buscarão dar uma resposta a este ataque promovido pelo governo federal.

Como uma maneira de contribuir na conscientização de sua base para os riscos que políticos não comprometidos com o serviço público representam para servidores e para a sociedade em geral, foi aprovada a construção de um documento que pontue as bandeiras de luta que os trabalhadores devem identificar em candidatos a prefeito e vereador para fazerem um voto consciente em defesa dos serviços públicos no pleito do mês que vem.

Fomento a pesquisa

Na pauta de Assuntos Gerais foi aprovado fomento a produção do e-book “Uma história a ser feita: os sentidos da formação profissional nos IFs”, de João Carlos Cichaczewski, baseado na dissertação de mestrado do autor. A obra debate os limites e desafios do projeto pedagógico dos Institutos Federais, suas origens e as disputas em que se situa.

Em meio a uma realidade desafiadora de pandemia, unido a um governo que elege o serviço público de qualidade como seu inimigo e um momento delicado na esfera do trabalho no âmbito do IFC, é preciso reorganizar-se para colocar em evidência, novamente, a política dos trabalhadores e suas demandas. Construir cotidianamente um sindicato mais forte é parte deste processo.

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