Direto ao Ponto: nossa oposição ao controle eletrônico de frequência no IFC [EDUC>ação]

As formas de controle do trabalho dos servidores têm sido um dos principais debates realizados dentro do IFC. Essas discussões estão relacionadas ao fato da Reitoria realizar testes para a implantação do ponto eletrônico para os técnico-administrativos. O controle eletrônico atualmente é realizado pelos docentes, que se tornaram reféns de um sistema automatizado extremamente burocratizado cujos registros não condizem com o cotidiano do seu trabalho.

O debate sobre a implantação do ponto eletrônico tem por base a necessidade de encontrar formas de controlar o tempo de trabalho. O capitalismo, baseando o salário pago aos trabalhadores na produção realizada durante certo tempo, necessitou criar mecanismos que pudessem medir os minutos e horas dentro das fábricas. O trabalho de cada um passou a depender muito mais do relógio, que não apenas passava a medir a produtividade como a impor o ritmo da mesma.

O ponto eletrônico busca dar maior precisão a esse controle dos corpos, fazendo com que todos saibam onde e a que horas estavam aqueles trabalhadores. Não importa a qualidade do trabalho ou mesmo se ele foi realizado, afinal a preocupação está em saber se os servidores estavam em condições de registrar o ponto no horário em que deveriam fazê-lo. O controle da vida dos trabalhadores sob a lógica fordista parece ter continuidade no discurso legalista da auditoria incorporado de forma acrítica pela gestão do IFC.

O controle eletrônico de frequência ignora as particularidades de cada trabalhador e da atividade que devem desenvolver, não contribuindo em nada para a melhoria do desempenho no trabalho. Essa forma de controle serve apenas para aprisionar ainda mais os trabalhadores, em um cenário no qual se observa o recrudescimento da opressão e da repressão por parte do Estado.

O Sinasefe Litoral, que aprovou em assembleia o boicote aos testes que vêm sendo realizados para a implantação do ponto eletrônico, entende que todas as formas de controle podem acabar sendo utilizadas para clientelismo entre o servidor e sua chefia ou como mecanismo de ameaça e até mesmo de assédio. Entendemos que seja preciso suspender os testes e a implantação do ponto eletrônico no IFC, apontando para a necessidade de que se discuta formas de acompanhamento do trabalho que não sejam autoritárias e fortalecedoras do discurso jurídico reacionário que permeia a sociedade.

Coluna Nossa Voz, publicada na edição de maio/junho do EDUC>ação, boletim informativo do Sindicato.

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