Educação na linha de frente [Nossa Voz]

Embora o governo Bolsonaro venha mostrando que sua principal tarefa é atacar os direitos dos trabalhadores, sua vida não tem sido fácil. A aprovação do único ponto programático que unifica toda a direita, a Reforma da Previdência, tem se mostrado uma árdua tarefa em um Congresso onde reinam os interesses dos mais variados grupos.

Em meio às disputas dos diversos setores que compõem o governo, os grupos econômicos que desde o governo FHC incidem sobre a Educação veem com temor que o governo se dedique mais a perseguir o fantasma inexistente do comunismo e deixe de encaminhar as medidas de privatização dos serviços.

O setor econômico do governo trabalha discretamente, sendo o responsável pelas privatizações e pela política de cortes que afetaram diretamente o funcionamento da Educação. Essas ações estão ligadas à necessidade de garantir os compromissos com o pagamento da dívida pública, servindo à sustentação do capital financeiro.

Os cortes na educação foram o propulsor central de um levante da juventude, em unidade com os trabalhadores da educação, contra as medidas o governo. Esse foi um importante marco, abrindo uma nova situação política na qual, diante de um governo instável, a juventude e os trabalhadores mobilizados possam não apenas se opor aos ataques, mas também ao próprio governo.

Bolsonaro, ao mesmo tempo que tenta se fortalecer mobilizando sua base ideológica, opta por ampliar a perseguição e a repressão. A medida provisória que afeta o financiamento dos sindicatos, mesmo enterrada no Congresso, pode ser reeditada ou mesmo piorada. Além disso, ainda pode se concretizar a promessa de ataques à autonomia das instituições federais de ensino.

O atual cenário político mostra uma polarização nas ruas, na qual o governo e a burguesia buscam aplicar seu projeto e os trabalhadores se mobilizam para combatê-lo. Além de fortalecer as mobilizações contra os cortes, é preciso organizar a base nos locais de trabalho, centrando força na construção da greve geral convocada para 14/06. Somente a organização dos trabalhadores poderá construir mobilizações que derrotem os ataques contra o serviço público e combatam as políticas implementadas pelo governo.

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