Um século depois, derrota da Revolução Alemã segue ensinando lições aos trabalhadores

Último debate realizado pelo Sindicato no ano, em Blumenau, relembrou processo revolucionário derrotado ao fim da I Guerra Mundial

Se 1918 é um ano marcado como do fim do primeiro grande conflito bélico mundial, a memória dos trabalhadores não pode esquecer o processo ocorrido na Alemanha entre o fim daquele mesmo ano e o início de 1919, conhecido como a “revolução alemã”.

Buscando relembrar aqueles momentos, o SINASEFE Litoral convidou, na última quarta, 05, a professora e pesquisadora do assunto Maritana Camargo para retomar os principais aspectos daquele movimento, suas bases e consequências, além das aproximações possíveis entre aquele período histórico e a atualidade.

Nascido do descontentamento popular com a primeira grande guerra, encerrada naquele mesmo ano, a revolução alemã coincide com o armistício celebrado pelos chefes de estado. Iniciada a partir do motim de marinheiros que se negaram ao combate, a revolução deu fim ao império alemão, combalido pela própria guerra, e à certa altura chegou a contar com barricadas e conflitos urbanos em um clima de verdadeira guerra civil.

Diante do conflito, o partido da Social Democracia alemã, guarda-chuva que unia diversas tendências de esquerda no país e que na época representava o maior agrupamento de tendências socialistas do planeta, acabou sendo fundamental para a derrota dos revoltosos e o estabelecimento do que seria intitulada a “República de Weimar”.

O movimento da parte majoritária da Social Democracia em direção à administração e encerramento da revolta, mantendo-se os valores de uma república burguesa aos moldes do processo francês, é considerado até hoje a traição fundamental que dá fim ao movimento.

A avaliação da força da revolta alemã considera que existia força suficiente para estabelecer um regime dos trabalhadores semelhante ao da nascente União Soviética, o socialismo. No entanto, o recuo da Social Democracia impossibilitou tal avanço, provocando, na sequência, a morte da maioria dos envolvidos com a revolução, como os militantes da ‘Liga Spartacus’ Rosa de Luxemburgo e Karl Liebknecht.

Além de reconstruir os principais momentos que antecedem e ocorrem no processo alemão, o debate em Blumenau buscou tirar reflexões para o momento atual no Brasil.

Para Camargo, convidada a falar sobre o tema, a necessidade de que o trabalhador se organize em uma organização partidária, que busque soluções coletivas e o crescimento conjunto de forças é uma das lições fundamentais da luta alemã e de toda a história da luta operária.

Juntando-se a outros debates e cursos ocorridos durante o ano, o debate do dia 05 de dezembro encerrou o calendário de formação sindical da Seção Litoral em 2018. Novos espaços já estão previstos para 2019 nas unidades com representação do Sindicato.

Posts Relacionados

Comece a digitar sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione ESC para cancelar.