Em assembleia, servidores definem condições mínimas para que retorno presencial não resulte em greve sanitária

Máscaras PFF2, álcool em gel corretamente acondicionado, distanciamento social e ventilação. Retorno sem essas condições levará a greve pela vida

Assembleia nesta quarta, 25 de agosto, debateu o posicionamento de docentes e técnico-administratrivos em educação de sete das unidades do IFC a respeito do retorno às atividades presenciais na instituição.

A preocupação dos presentes é com as condições em que retorno deve ocorrer.

O relato que vem de trabalhadores que foram até o prédio da Reitoria, por exemplo, é que o Instituto disponibilizou máscaras pequenas, que não cobrem do nariz ao queixo como dita a recomendação dos órgãos sanitários, e feita de pano, material menos eficaz no combate ao coronavírus, segundo especialistas. O álcool em gel 70% disponível na unidade, por sua vez, estava em embalagem que não aparentava garantir a integridade do produto.

Outra preocupação é quanto a jornada docente. Com o retorno gradual dos estudantes, como se dariam as aulas feitas para turmas híbridas, com parte dos alunos em regime presencial e outros online? O risco, neste caso, é de dupla jornada para os professores.

Diante deste quadro, os presentes mantiveram a decisão pela greve sanitária em defesa da integridade física dos servidores, deixando mais claro também as condições mínimas esperadas para um retorno seguro: itens de segurança como álcool em gel e máscaras dentro das recomendações sanitárias (álcool alocado corretamente, máscaras PFF2); condições de distanciamento social e ventilação adequadas; garantia da não ocorrência de dupla jornada para atender alunos em regime presencial e online; revisão criteriosa do Plano de Contingência do Comitê de Crise e Subcomitê Científico do IFC.

Atos públicos e censura no IFC

Outro tópico que preocupa os servidores é o atual momento político que o país atravessa e como ele se reflete sobre o Instituto e seus trabalhadores.

No dia 18 de agosto, realizaram-se atos dos servidores públicos na região do Instituto, em cidades como Blumenau e Joinville. Os atos denunciavam a reforma administrativa em debate no Congresso e os riscos que ela representa para a própria existência dos serviços públicos no país, como afetam a vida de servidores e usuários e suas motivações escusas que fizeram ganhar o apelido de ‘PEC da Rachadinha’.

A divulgação dos atos por meio de faixas dispostas pelo sindicato nas unidades do IFC foi censurada pela Reitoria, com ameaça de ações de improbidade administrativa contra os servidores responsáveis.

A análise da Assembleia é que a ação da gestão tem que ser amplamente denunciada interna e externamente, apontando o caráter antidemocrático, contrário a organização sindical e a liberdade de expressão que ela representa.

Para o dia 7 de setembro, por sua vez, quando novas ações de protesto estão sendo organizadas, a orientação da assembleia é participar de ações em cidades maiores, como Joinville, Blumenau e Florianópolis, garantindo a integridade física dos servidores neste momento de fricção entre a oposição ao governo e franjas radicalizadas pró-Bolsonaro.

Vale lembrar que já é histórica a realização do Grito dos Excluídos a cada 7 de setembro, ação de organizações políticas e religiosas que denuncia a desigualdade social e a miséria no país.

O Sindicato aprovou auxílio financeiro com combustível para os servidores que se deslocarem para participarem dos atos do dia 7.

Plenária Nacional

Guilherme Migliorini (direção) e João Carlos Cichaczewski (base) foram eleitos delegados representantes da Seção na próxima Plena do SINASEFE. Eles denunciarão censura realizada no IFC, e levarão posicionamento pela greve sanitária. Já está programada nova assembleia entre a segunda e a terceira semana de setembro caso a greve seja aprovada em âmbito nacional.

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